Departamento de polícia de Angleton está usando soluções digitais como multiplicador de força para solucionar mais casos
Logotipo do Departamento de Polícia de Angleton – Angleton, TX – Fonte: Site do Departamento de Polícia de Angleton
O Departamento de polícia de Angleton é uma das típicas agências de segurança pública de pequenas comunidades responsáveis por proteger comunidades em toda a América. Localizado em Angleton, TX, o departamento conta com aproximadamente 40 oficiais que atendem uma animada comunidade de cerca de 20.000 moradores. Angleton também é a sede do Condado de Brazoria.
O que distingue o DP de Angleton de vários outros departamentos menores, no entanto, é que ele tem seu próprio laboratório de perícia digital. Sob os cuidados do detetive cabo (CD) Cory Budnick, o laboratório atende seu próprio departamento, bem como forças menores de comunidades vizinhas. Mas nem sempre foi assim.
Como muitas cidades, Angleton enfrentou um rápido crescimento com novos moradores surgindo por todos os lados. E à medida que a cidade cresce, a criminalidade aumenta em paralelo, aumentando também o número de casos no DP de Angleton. Em um mês típico, CD Budnick e sua equipe de cinco atendem em torno de 20 a 30 casos, às vezes chegando a 40.
Como o número de casos cresceu de acordo com a população, CD Budnick viu a necessidade de estabelecer seu próprio laboratório de perícia digital.E de certa forma, cada caso tem seu próprio telefone celular envolvido. Então percebi que havia necessidade de desenvolver nossas próprias opções em vez de depender de outros departamentos [para fornecer evidências].
“Com outros departamentos, você fica à mercê do número de caso deles, então haveria um tempo de espera muito grande até recebermos essas evidências. Você quer manter aquele ritmo [de uma investigação] constante, mas tem que ficar sentado, esperando uma evidência que poderia ser crucial para o caso. Então precisávamos desenvolver nossa própria solução interna para seguir adiante com os casos e as evidências”.
Foi tomada a decisão de construir o primeiro laboratório de perícia digital, que permitiu a CD Budnick criar o que ele chama carinhosamente de “Sala Cellebrite” – o primeiro laboratório de perícia digital de Angleton.
Os desafios
Não foi fácil colocar o laboratório em ação – e os obstáculos que CD Budnick e sua equipe estão superando lentamente incluem:
Alto número de casos: Com o alto volume de casos que eles têm que solucionar, muitas vezes CD Budnick e sua equipe são desafiados a extrair evidência de dispositivos digitais e a fornecer uma análise dos dados para entregar inteligência aplicada para os investigadores. Como muitas organizações, o DP de Angleton utiliza um sistema de triagem.
Embora cada caso seja importante, para casos sensíveis, como homicídios ou abuso sexual infantil nos quais o tempo é crucial para proteger as vítimas, a pressão é muito maior. CD Budnick vai extrair os dados e fornecer as análises. Em casos menos extremos, ele consegue gerar um relatório usando as soluções da Cellebrite, que ele fornecerá ao oficial investigador. “Geralmente eu deixo passar”, ele diz. “Se eles perguntam coisas do tipo ‘Como obtenho essa informação?’ Eu vou lá e auxilio. Mas é realmente um grande desafio, pois, obviamente, você tem um número enorme de casos e tem que dedicar [tempo] a isso. E isso por si só já é um trabalho”.
Desafios tecnológicos: Antes de construir seu próprio laboratório e migrar a tecnologia da Cellebrite, CD Budnick precisou do apoio de agências externas para fazer as extrações telefônicas e entregar inteligência aplicada. “Definitivamente, havia uma lacuna na nossa dependência de outros departamentos”, explica CD Budnick. Às vezes ele achava que os outros departamentos também estavam à mercê de um software primitivo que não oferecia suporte a certos telefones celulares ou computadores. No entanto, quando ele obteve a Cellebrite, as coisas melhoraram.
Usar a tecnologia como um multiplicador de força
CD Budnick pôde mostrar ao Conselho Municipal o valor daquilo que seu departamento poderia fazer para agilizar o tempo de coleta de evidência se tivesse a tecnologia certa. O Conselho Municipal de Angleton aprovou, e o departamento pôde integrar o UFED da Cellebrite e o Cellebrite Premium as a Service ao mesmo tempo.
O Premium as a Service provou ser imprescindível para acessar dados de uma enorme variedade de dispositivos iOS e Android, mas CD Budnick e sua equipe também constataram que nem todo malfeitor utiliza a tecnologia mais moderna. Foi aí que o UFED se tornou um grande trunfo para a extração de dados de modelos de telefones celulares mais antigos. “Acho que já rodei alguns telefones flip nele”, explica CD Budnick.
Equipe do Departamento de Polícia de Angleton – Angleton, TX – Fonte: Site do Departamento de Polícia de Angleton
Benefícios
Poder acessar dados mais rápido para agilizar o encerramento de casos foi um dos principais benefícios para a equipe do DP de Angleton, mas a tecnologia Cellebrite também ajudou o departamento de várias outras maneiras.
Melhorar o fluxo de trabalho: Incorporar as soluções Cellebrite ao fluxo de trabalho investigativo simplificou significativamente o processo de coleta de evidência. Agora o tempo de resposta nos dispositivos está muito mais rápido, o que faz os casos avançarem muito mais.
Agilizar o tempo de coleta de evidência: Como agora eles são autossuficientes, CD Budnick e sua equipe não precisam esperar semanas (e até meses) para receber evidências de volta de outras agências. Os investigadores têm as evidências de que precisam rapidamente, o que torna a solução dos casos mais eficaz.
Eliminar lacunas na segurança pública: Como o DP de Angleton pode encerrar casos com mais agilidade, os criminosos podem ser retirados das ruas mais rapidamente, o que aumenta a segurança da comunidade e a confiança de que o DP de Angleton está fazendo seu trabalho.
Proteger a cadeia de custódia: As soluções Cellebrite fornecem o meio de manter a cadeia de custódia segura. Como explica CD Budnick: “Quando um telefone é recolhido, o detetive do caso – ou eu, se eu estiver trabalhando nele – recolhe o telefone. Há somente uma ou duas pessoas envolvidas nessa cadeia de custódia, portanto, há menos chances de erros e problemas de documentação.
Além disso, alguns desses telefones podem levar algum tempo para serem desbloqueados, então, quando ele é enviado para outro departamento, é preciso rastrear esse telefone, o que pode durar semanas ou meses, e essa cadeia de custódia vai ficando meio confusa. Quando isso é feito internamente, nós sabemos onde o telefone está e temos nossa própria maneira de controlar o ambiente, o que, definitivamente, torna nossa cadeia de custódia mais clara”.
Compartilhamento de informações: Departamentos menores que não têm necessariamente o orçamento para arcar com as soluções de inteligência digital geralmente pedem assistência a CD Budnick e sua equipe. Isso, por sua vez, traz um benefício para o DP de Angleton. Ao se envolverem em casos de outros departamentos, CD Budnick e sua equipe obtêm informações sobre determinados crimes que são cometidos por pessoas que eles podem correlacionar com seus próprios casos. Muitas vezes fica claro que os crimes cometidos em qualquer lugar são praticados pelas mesmas pessoas.
“Eu sei que estamos trabalhando com Lake Jackson”, diz CD Budnick. “Houve vários crimes aqui recentemente que… o que está acontecendo em Lake Jackson está acontecendo aqui. Trata-se do mesmo grupo de pessoas, então poder ter essa linha de comunicação aberta [ajuda]… E isso de fato começou através da perícia digital… Poder ajudar essas outras agências, auxiliá-las, poder receber informações delas e trocar ideias [ajuda a resolver nossos casos].”
Talvez o mais importante seja que, muitas vezes, a evidência digital é o eixo central da resolução de casos. Conforme explica CD Budnick, “Às vezes essa [evidência digital] é a única evidência que temos e é a única que precisamos para o caso. Em alguns casos em que trabalhei, o que montava ou resolvia o caso era encontrar esses downloads ou imagens no telefone”. Que foi o que aconteceu no estudo de caso a seguir.
Veículo do Departamento de Polícia de Angleton – Angleton, TX – Fonte: Site do Departamento de Polícia de Angleton
Detendo um predador sexual
Em um caso que já foi resolvido, uma vítima estava tendo um relacionamento com um parente que tinha acima de 40 anos.
A polícia de Angleton recebeu uma ligação de uma pessoa dizendo que a vítima e o suspeito foram vistos aos beijos em um cemitério local. Essa situação parecia estranha para a pessoa que ligou porque o suspeito, que aparentava ser muito mais velho, estava com a jovem vítima e os dois agiam como namorados.
Os oficiais chegaram à cena do crime e encontraram a vítima, que estava falando ao telefone. O suspeito já havia saído do local. A polícia de Angleton abriu o caso devido a uma alegação feita anteriormente pelo pai da vítima. Como a vítima era menor de idade, o pai do suspeito permitiu que a polícia checasse o telefone da vítima.
Enquanto o oficial checava o telefone na cena do crime, ele observou que havia imagens sendo compartilhadas entre a vítima e um suspeito mais velho. Nesse momento, foi identificado que o suspeito era mais velho e, por ser um jovem imaturo, seu telefone foi recolhido e todo o conteúdo presente foi baixado no laboratório do DP de Angleton utilizando tecnologia Cellebrite.
Examinando o telefone celular, CD Budnick e sua equipe puderam observar que a vítima excluiu informações que, aparentemente, eram recentes e haviam sido compartilhadas. A equipe conseguiu recuperar algumas das imagens apagadas, incluindo imagens do suspeito e da vítima tendo relações sexuais.
Como explicou CD Budnick “Foi muito importante podermos ver as informações apagadas. Algumas dessas fotos mostravam o local e, portanto, nós pudemos confirmar que o telefone estava ali [local]. Isso foi crucial para nos ajudar a fazer as acusações, pois obviamente precisamos saber o local onde aconteceram esses eventos.
“Nessa situação específica, o telefone celular resolveu completamente o caso, pois a vítima não queria admitir a culpa. Nós conseguimos recuperar mensagens de texto, imagens, recuperamos muita coisa no telefone dela que nos permitiram seguir em frente e acusar o suspeito. E ele foi condenado. O que eu quero dizer é que a evidência obtida pela lixeira do telefone celular era irrefutável. Nós conseguimos identificar a pessoa, digo, as tatuagens e muitas coisas. Foi perfeito”.
Agora o homem está cumprindo uma longa pena na prisão.
Treinamento é fundamental
CD Budnick é um grande defensor da ideia de que os oficiais de linha de frente sejam treinados para cuidar dos telefones celulares encontrados na cena do crime. “Eles têm apenas um entendimento básico de como o telefone opera, mas não necessariamente de como preservar certos tipos de dados nesses telefones e como alguns deles operarão se, por exemplo, você remover um cartão SIM ou desligá-lo. Eles não entendem o After First Unlock/Before First Unlock, por isso precisam de uma explicação para entender por que estão fazendo algo”.
Treinamento Cellebrite – Fonte: Cellebrite
Aulas formais e tutoriais on-line são duas fontes excelentes que CD Budnick está defendendo para assegurar que evidências digitais sejam preservadas e possam ser usadas no tribunal em caso de processo.
Quando perguntado sobre o que ele recomenda que os outros departamentos façam para se transformar digitalmente, CD Budnick disse: “Estamos em um momento em que é imprescindível ter um vídeo ou qualquer prova irrefutável para conseguir uma condenação em um crime. Não se trata mais da totalidade da circunstância, mas da necessidade de ter a evidência.
E sempre ter telefones celulares em nossas mãos, ter uma ferramenta que possa extrair essas informações e provar certos elementos de um crime [ou livrar um inocente da culpa]… isso é importantíssimo. O que eu recomendaria para os outros departamentos é realmente agarrar as oportunidades e treinar seus oficiais nesses sistemas, entender esses sistemas e seguir em frente”.
Lutar pelas soluções de inteligência digital é algo que as administrações precisam abordar de uma maneira diferente ao solicitarem fundos para os Conselhos Municipais. Para o Departamento de polícia de Angleton, o Condado de Brazoria foi essencial para ajudar a fornecer o investimento necessário.
Como explica CD Budnick, as administrações precisam argumentar que “Não é algo que se pode empurrar com a barriga por mais alguns anos. Trata-se de uma ferramenta essencial, como um carro da polícia ou a arma de um policial. É outra ferramenta do nosso repertório para solucionar esses casos. Não é barato, mas nem os carros são baratos. Então este é o argumento: Sim, um veículo é extremamente importante porque te leva do ponto A ao ponto B. Assim é a Cellebrite, [porque te leva] do ponto A ao ponto B em seus casos”.
